Análise PESTEL
A análise PESTEL é uma ferramenta estratégica utilizada para avaliar o ambiente externo no qual uma empresa ou projeto está inserido. O acrônimo PESTEL representa seis categorias de fatores externos que podem influenciar o sucesso ou fracasso de um empreendimento. Assim, os fatores estão descritos abaixo com uma análise dos pontos que devem ser levados em conta para este projeto em parceria com a Prodam.
Dessa forma, a análise contida abaixo foi feita pelo grupo como uma forma de mapear o cenário no qual o produto vai se introduzir, buscando melhorar a tomada de decisões por parte dos stakeholders.
Político
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Regulamentações Governamentais: São Paulo, como uma das maiores cidades do Brasil, está sujeita a várias regulamentações governamentais. A implementação de tecnologias de IoT em espaços urbanos pode ser afetada por regulamentos relacionados à privacidade, segurança de dados e meio ambiente. Incentivos e leis fiscais tangentes a isso podem impactar diretamente no adesão do projeto e em sua aceitação por parte dos gestores e público. Dessa forma, deve-se pensar ao realizar um projeto desse calibre nos impactos tecnológicos no âmbito da política que o projeto estará enquadrado. Para mitigar os impactos políticos que a aplicação pode sofrer em sua aplicação, a Prodam em parceria com o grupo deve estudar todas as políticas públicas referentes ao uso de IoT e cidades inteligentes, a fim de blindar-se contra problemas que possam vir a aparecer.
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Prioridades Políticas: As políticas públicas relacionadas à qualidade do ar e à sustentabilidade urbana podem influenciar a aceitação e o apoio do projeto por parte das autoridades municipais. Nesse sentido, iniciativas políticas podem fomentar a população a engajar na causa do projeto, dar feedbacks sobre a plataforma, ajudar no processo de alimentação de dados e, mais importante, conscientizar-se sobre os tipos de poluição existentes na cidade de São Paulo, quais são suas causas e como usar tecnologia para revertê-las. Por fim, cabe salientar que esse caminho tem duas mãos, ou seja, a nova gestão eleita pode não dar tanto enfoque em questões ambientais, o que seria prejudicial para a plataforma, que depende de atenção da gestão pública. Dessa forma, para combater esse possível obstáculo, a Prodam pode realizar uma documentação abrangente e pesquisa sobre como a saúde da cidade irá se beneficiar com a construção do projeto.
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Contexto político: O contexto político é algo que deve ser levado em conta na análise PESTEL. O contexto referido vem no sentido de inteirar o que está acontecendo e quais movimentações estão prestes a acontecer. Por exemplo, este projeto teve seu início em 2024, que é um ano de eleição municipal em São Paulo, mudando prefeito e vereador. Isso pode afetar o apoio dado ao projeto e a atenção que teria um projeto cidade inteligente. Assim, se o novo governante fosse mais inclinado para causas de habitação e pouco voltado para a parte ambiental, ele poderia não dar a atenção necessária ao projeto. Em primeira análise, deve-se fazer com que o projeto seja ouvido, ou seja, reconhecido como um projeto realmente benéfico para a cidade de São Paulo, visto como importante pelos eleitores, que poderiam cobrar o gestor eleito no reconhecimento da importância da realização do projeto. Uma vez engajado, o gestor pode começar campanhas de conscientização e fundos para adoção do projeto em diversas áreas da cidade, focando em atingir todos os públicos. Dessa forma, a parceria entre a equipe desenvolvedora do projeto deixaria de ser apenas com a Prodam e passaria a ser com gestores e a população.
Econômico
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Crescimento Econômico: O desempenho econômico de São Paulo pode afetar o financiamento disponível para projetos de infraestrutura, incluindo iniciativas como a de cidades inteligentes desenvolvido pelo grupo em parceria com a Prodam. Nesse sentido, deve-se realizar uma análise prévia de custo, que seria toda documentada, a fim de conseguir validar a viabilidade do subsídio que a equipe vai receber do governo da cidade. Ainda sobre valores, deve-se levar em conta o momento da cidade, ou seja, requerir subsídio em um momento que a cidade não esteja em uma fase de transição, a exemplo de uma eleição.
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Investimento Público e Privado: A disponibilidade de investimento público e privado pode influenciar a viabilidade financeira do projeto. A apresentação de um plano estruturado de custeio do projeto faz-se crucial uma vez que o projeto será majoritariamente financiado pelo dinheiro público. Em complemento a essa verba recebida, a equipe em conjunto com a Prodam, poderia buscar empresas privadas alinhadas com a causa de cidades inteligentes e preocupação com as variedades de poluição englobadas à grande São Paulo, a fim de conscientizar sobre a desafio que plataforma visa sanar e como essas empresas podem ajudar. Dessa forma, o dinheiro seria complementar, a equipe de desenvolvimento heterogênea e o projeto melhor apoiado.
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Custos de Implementação: Os custos associados à instalação e manutenção dos sensores de gases poluentes e da plataforma dashboard de visualização devem ser considerados em relação ao orçamento disponível, além do custo de equipe e tempo necessários para desenvolvimento desse projeto. Nesse sentido, um estudo de viabilidade técnica deve ser feito, focando esforços em comprar o material com melhor custo/benefício e uma pesquisa detalhada sobre o suporte da plataforma, referente ao pagamento de servidor para mantê-la.
Social
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Aceitação Pública e engajamento: A aceitação pública de tecnologias de vigilância e coleta de dados pode variar. É importante garantir a transparência e a conscientização sobre os benefícios do projeto para garantir o apoio da comunidade. Tratar de assuntos como segurança, privacidade dos dados coletados e enviados pelos usuários destacam-se como potenciais pontos de discussão para transparência com o público. A fim de melhorar a aceitação por parte do público, a equipe em conjunto com a Prodam, poderia apostar em comerciais de conscientização, com o objetivo de mostrar os benefícios que a aplicação traz, quais problemas visa resolver e como pretende fazer isso. Dessa forma, o público saberia que a iniciativa existe e cobraria as pessoas responsáveis a fim de obter o resultado mais benéfico para todos.
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Diversidade e Desigualdade Social: São Paulo, uma cidade marcada pela diversidade, enfrenta desafios significativos de desigualdade social. Para garantir que um projeto seja inclusivo e beneficie a todos os grupos socioeconômicos, é essencial considerar o impacto em diferentes comunidades. Nesse contexto, o design da plataforma deve ser acessível a usuários com diferentes níveis de familiaridade com tecnologia, assegurando que até mesmo aqueles com menor letramento tecnológico possam utilizá-la sem dificuldades. É fundamental que todos os usuários compreendam a importância de abordar as diversas formas de poluição monitoradas pela plataforma, bem como seus direitos relacionados a esse tema. Uma interface simples e intuitiva é uma solução eficaz para evitar que apenas a população com habilidades tecnológicas avançadas utilize a plataforma, permitindo que ela atenda também aqueles com mais dificuldades nesse aspecto.
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Sustentabilidade e Impacto Ambiental: Considerando o contexto de monitoramento da poluição, é fundamental abordar questões relacionadas à sustentabilidade e ao impacto ambiental do projeto. Além de mitigar os efeitos nocivos da poluição, o projeto deve ser desenvolvido e implementado de forma a minimizar seu próprio impacto ambiental, por exemplo, utilizando materiais e tecnologias sustentáveis, reduzindo o consumo de energia e promovendo práticas de reciclagem e descarte responsável de equipamentos eletrônicos. Além disso, iniciativas para educar e envolver a comunidade na proteção e preservação por meio da plataforma podem ser integradas ao projeto, incentivando a adoção de comportamentos mais sustentáveis e a promoção de uma cultura de responsabilidade ambiental.
Tecnológico
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Desenvolvimento Tecnológico: A rápida evolução da tecnologia de IoT oferece um cenário propício para soluções inovadoras no contexto das cidades inteligentes. No entanto, esta evolução requer um compromisso contínuo com atualizações e investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Em consonância com as discussões já tidas com o Product Owner (PO), visa-se manter o projeto dentro de um escopo viável e escalável, focalizando os esforços em simplificar ao máximo a arquitetura dos sensores, evitando qualquer processamento prévio local e transferindo essa carga para o servidor. Esta abordagem não apenas reduz os custos associados à infraestrutura de IoT, mas também minimiza o consumo de energia da bateria, ao optar por sensores de baixa complexidade. Além disso, com os avanços nas tecnologias de computação em nuvem, a equipe planeja centralizar todo o processamento de dados no servidor. Isso permitirá lidar eficientemente com a grande quantidade de dados recebidos e processá-los de maneira refinada, proporcionando uma experiência de usuário otimizada e ágil.
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Energia: A questão do fornecimento de energia para o projeto tem sido objeto de intensa discussão na equipe de desenvolvimento. A ênfase tem sido colocada na simplificação da estrutura de IoT, visando reduzir a demanda energética necessária. Essa abordagem não apenas resultará em uma significativa redução nos custos de hardware do projeto, mas também permitirá realocar recursos para a aquisição de serviços de armazenamento e processamento de dados mais robustos e vantajosos. Além disso, é crucial que a equipe desenvolva estratégias para conscientizar indivíduos mal-intencionados sobre o propósito benéfico do sistema alimentado por bateria. Paralelamente, é necessário educar sobre os potenciais acidentes que um dispositivo desse porte pode acarretar. Nesse contexto, uma análise de mercado faz-se necessária para garantir a seleção mais adequada de soluções energéticas, optando por dispositivos que resistam às intempéries e estejam minimamente protegidos contra interferências externas.
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Segurança Cibernética: Em meio à coleta e ao compartilhamento de grandes volumes de dados, a segurança cibernética emerge como uma preocupação premente, requerendo medidas robustas para proteger a integridade e a privacidade das informações coletadas. É essencial destacar que gestores e funcionários públicos terão acesso a diferentes níveis de visualização da plataforma. Portanto, os colaboradores do setor público terão um login exclusivo, contendo algumas de suas informações pessoais, o que demanda especial atenção para garantir a máxima segurança, dado que esses dados incluem informações sensíveis desses colaboradores.
Além disso, a implementação de protocolos de segurança de ponta a ponta é crucial para proteger a transmissão e o armazenamento dos dados coletados, mitigando riscos de acesso não autorizado ou vazamento de informações. Investimentos contínuos em tecnologias de criptografia, firewalls e monitoramento de rede são fundamentais para fortalecer a defesa cibernética do sistema.
Além de garantir a segurança dos dados dos colaboradores públicos, é imperativo considerar também a proteção dos dados pessoais dos cidadãos e a conformidade com regulamentações de privacidade, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A transparência e a prestação de contas em relação às práticas de segurança cibernética são essenciais para cultivar a confiança do público e garantir a adoção contínua e eficaz da plataforma de cidade inteligente.
Ambiental
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Qualidade do Ar e Sustentabilidade: O monitoramento de gases poluentes contribui para a compreensão da qualidade do ar e quais impactos negativos a falta dela pode gerar, além disso pode apoiar iniciativas de sustentabilidade urbana, como redução de emissões e planejamento de transporte público. Ademais, a plataforma dá holofotes às outras poluições vigentes na cidade de São Paulo, o que gera conscientização no público e gestores.
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Impacto Ambiental da Tecnologia: É importante considerar o ciclo de vida completo dos dispositivos IoT e o potencial impacto ambiental da produção, uso e descarte desses dispositivos. Por exemplo, sabe-se que geralmente sensores são placas microeletrônicas, mas até que ponto é um material sustentável e pouco degradante para o meio ambiente. Além do ponto dos sensores, as baterias para alimentar essa cadeia de sensores estará suscetível a intempéries, o que pode abaixar sua vida útil e forçar um descarte em grande quantidade, gerando prejuízo para a iniciativa.
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Resiliência Climática e Adaptabilidade: O projeto de monitoramento de poluição pode ser visto como parte de uma estratégia mais ampla de resiliência climática e adaptação às mudanças ambientais. Além de fornecer dados sobre a qualidade do ar, a plataforma pode ser integrada a sistemas de alerta precoce para eventos climáticos extremos, como ondas de calor ou períodos de alta poluição, permitindo uma resposta rápida e eficaz para proteger a saúde pública e minimizar os impactos negativos no meio ambiente urbano. A promoção de medidas de adaptação climática, como o aumento da vegetação urbana e a implementação de estratégias de mitigação de calor, também pode ser facilitada pelo uso dos dados coletados pelos sensores de poluição, contribuindo para a construção de cidades mais sustentáveis e resilientes ao clima.
Legal
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Leis de Proteção de Dados: São Paulo está sujeita às leis de proteção de dados, incluindo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). É crucial que o projeto esteja em conformidade com essas regulamentações para garantir a privacidade e a segurança dos dados dos cidadãos. Isso se estende não apenas aos colaboradores e gestores públicos, mas também aos indivíduos que acessam a plataforma sem efetuar login, expondo seus dispositivos móveis e, consequentemente, seus dados, a uma plataforma que deve ser segura. Portanto, o desenvolvimento com foco em segurança emerge como uma abordagem fundamental para enfrentar desafios e cumprir os requisitos da LGPD.
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Contratos e Acordos Jurídicos: Os contratos com fornecedores de tecnologia e os acordos com autoridades municipais devem ser elaborados com rigor para definir responsabilidades e assegurar a execução eficiente do projeto. Um planejamento estruturado faz-se necessário para garantir que todas as cláusulas contratuais estejam alinhadas com os objetivos do projeto e que todas as partes envolvidas compreendam plenamente seus direitos e obrigações.
A análise acima fornece uma visão abrangente dos principais fatores externos que podem influenciar o sucesso do projeto de cidades inteligentes, no contexto de parceria com a Prodam e a prefeitura de São Paulo. Esses pontos levantados devem ser levados em conta se a empresa parceira, Prodam, deseja continuar o projeto em um nível mais alto do que um MVP.